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Razão do Chamado & Chamado á Razão

“… eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao Meu povo de Israel” (Amós 7:14-15).
São exatos 5h25 quando teclo as primeiras palavras deste texto, após as primeiras orações deste dia que, como todos os mais recentes, promete ter um número maior de tarefas, compromissos e atividades urgentes do que o número de horas permite.
Fui dormir, como sempre, por volta das 23h. Isso, depois de chegar de uma série de visitas maravilhosas aos interessados em receber estudos bíblicos de mais uma cidade/vila* da minha vasta região de trabalho (numa das pontas, são mais de 300 km entre as cidades) que eu ainda não conhecia.
Infelizmente, os recursos financeiros e humanos não nos permitem “atacar” em todos os fronts ao mesmo tempo e/ou simultaneamente evangelizar todas as cidades da nossa geografia; sendo assim, creio que já logramos verdadeiros milagres em tentar estabelecer – nestes quatro primeiros meses de trabalho – pontos de pregação da Palavra em umas oito a nove cidades da região compreendida no entorno de Iturama, Prata e Frutal, esta última próxima da divisa com o Estado de São Paulo.
Tendo a necessidade de acordar hoje um pouco mais cedo do que de costume, já que no início da manhã viajarei com um dos obreiros bíblicos (o amigo e companheiro de aventuras missionárias Valmir F. Nascimento) para aluguel de salão e outros acertos de campanha evangelística numa das primeiras cidades a serem “atacadas”, experimentei aquilo que acontece quando o querido leitor precisa acordar cedo para não perder o horário de algum compromisso: O cérebro da gente fica em “estado de vigilância” ou “alerta” e, com isso, a gente acaba acordando mais cedo do que o necessário…
No meu caso, hoje, aproveitei para começar a esboçar um antiqüíssimo projeto de compartilhar com os leitores – principalmente os companheiros de labuta missionária: pastores, obreiros bíblicos, colportores, estudantes de Teologia e outros pregadores da Palavra – um pouco das experiências diárias; isso, sem grandes pretensões literárias e, quem sabe, apenas como uma forma de “apoio emocional” ou “muleta psicológica”…
Francamente, não sei… Só sei de uma coisa: Ficarei muito feliz se souber que ao menos um destes leitores “especiais”, que no cotidiano enfrenta os mesmos dramas e desafios que eu, conseguir se enxergar num destes textos e, ao mesmo tempo, se sentir no mínimo possível apoiado e/ou estimulado a continuar aprofundando a sua caminhada.
Certa ocasião, li a seguinte frase do famoso escritor argentino Jorge Luis Borges: “Que outros se jactem das páginas que escreveram; a mim me orgulham as que tenho lido”. Pois é exatamente no que tenho lido, sobretudo na Bíblia e nos outros livros devocionais, que encontro forças, orientação e inspiração para avançar e, usando as palavras de Paulo, “completar a carreira que me está proposta”.   
E este texto de Amós, retrucando a leviana acusação de Amazias de que ele era um aproveitador, um reles oportunista (Amós 7:12), tem sido a minha inspiração e mola propulsora em meio aos embates diários e, principalmente, naquelas situações críticas em que o inimigo nos quer fazer duvidar da consistência do chamado de Deus e da relevância do que estamos fazendo.
Com certeza, apenas um homem chamado por Deus pode realizar uma obra dada por Deus. Amós tinha consciência plena desse chamado e foi isso que fez a diferença em seu ministério profético. Eu e você, também, precisamos ter esta certeza em mente, pois, tal qual um piloto-automático, ela nos manterá sempre avançando mesmo em meio às turbulências e tempestades que possam surgir em nossa rota.
Lembrando sempre, como disse alguém, que Deus não nos prometeu uma viagem calma e tranqüila, mas, sim, uma aterrissagem segura.                         
– Pastor Elizeu C. Lira
* Por questão estratégica que o trabalho de evangelização impõe, prefiro não nominar de imediato as cidades antes da implantação definitiva da nossa “base de trabalho”.